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05
fevereiro
2015

Salgueiro quer o décimo perdido

ANDERSON BALTAR 

duduazevedoVice em 2014, o Salgueiro aposta na culinária mineira para reconquistar o campeonato, que não vem desde 2009. O diretor de Carnaval da escola, Dudu Azevedo, nos dá um panorama da preparação da vermelho e branca e afirma que, tecnicamente, o Salgueiro está pronto para o título. 

O Salgueiro vem para a avenida praticamente com o mesmo time do ano passado. O que esperar de novo com essa mesma estrutura?

O nosso segredo é a continuidade do trabalho. Perdemos o carnaval por um décimo e estamos o ano inteiro estudando para recuperar esse décimo perdido. O Salgueiro não costuma reclamar, afinal são 12 escolas e nós fomos vices por muito pouco. Já estudamos e estamos ensaiando e brigando para recuperar. Perdemos ponto em evolução, fantasia, alegorias e conjunto. Analisamos as justificativas e corrigimos os defeitos.

O samba da escola está sendo muito criticado. Como você lida com isso?

Todos estão criticando o samba do Salgueiro, Mocidade e União da Ilha. Mas são esses os sambas que eu acho que vão sacudir a avenida. São sambas com pegada de desfile. Eu não sei se quem julga samba-enredo nas enquetes leu a sinopse. O samba obedece a um enredo. A melodia é de gosto pessoal, mas a letra tem que obedecer o tema proposto. Hoje as pessoas procuram riqueza e descrição nas letras e muitas vezes não se preocupam em entender o enredo e em saber a proposta de carnaval da escola. Aqui, escolhemos um samba para disputar o carnaval, que está dentro do enredo.

Qual a pegada do enredo?

Vamos falar da culinária mineira sempre fazendo ligações com a história de Minas Gerais. Falamos do primeiro habitante, do índio, que pescava para se alimentar, mas também comia o broto de bambu, que era alucinógeno. Depois falamos da contribuição europeia com os seus talheres e pratarias, para formar a mesa. E do negro, que chega para trabalhar na mineração e traz o aipim, o quiabo. Vamos falar dos tropeiros e sua volúpia de desbravar. Para suas viagens, eles carregavam alimentos secos, como a carne seca e a cebola, além das galinhas, que eles matavam em suas paradas. Dessa mistura, surgiu a culinária mineira.

Como está o rendimento do samba nos ensaios?

Está contagiante. Estamos ensaiando nas ruas da Tijuca desde outubro, seja na Silva Teles ou na Maxwell. Fizemos um ensaio na quadra do morro, onde não fazíamos nada desde 1966 e foi contagiante. Outro momento de muita emoção foi a visita do Laíla na roda de samba da família Calça Larga. Quando cantamos o samba, ele disse: “estão pensando que o Salgueiro está de brincadeira…”. O rendimento do samba está muito satisfatório.

Renato Lage tem uma linha mais tecnológica e esse enredo pede algo mais histórico e rebuscado. Como está o trabalho no barracão?

Vocês vão ver esse misto no nosso carnaval. Um abre-alas com muito impacto, muita tecnologia. O terceiro carro será bem rebuscado e clássico, com muitos arabescos e castiçais. Todos os carros do Renato estão espetaculares. Difícil escolher um. O carro do ouro, que é o quarto, está lindo, o último, da fé, está divino.

Como está a estrutura da escola?

A escola vai desfilar com 3.500 componentes e seis  carros alegóricos. A estrutura está mais enxuta por conta do regulamento. E apostamos muito na força da nossa comunidade. O chão da escola fará a diferença.

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